Publicado por Bianca Tucci
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FIBROMIALGIA

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A fibromialgia é uma doença que foi reconhecida apenas no final da década de 70 e até hoje a própria definição já passou por várias mudanças em decorrência dos multiplos estudos realizados com pacientes fibromiálgicos. Costuma acometer mais mulheres do que homens, geralmente em idade reprodutiva.

Ela é caracterizada por dores difusas pelo corpo, que podem ter a característica migratória,ou seja, por vezes acometem braços e por vezes acotemetem pernas, ou em adição, ou seja, acometem múltiplos pontos ao mesmo tempo. Essas dores podem afetar apenas um lado do corpo, ou apenas os membros inferiores ou superiores. O início dos sintomas pode ser abrupto ou gradual e a dor costuma ser forte e não decorrente de estímulo doloroso reconhecido. Aliás, muitas pacientes referem dor com o vento batendo no corpo. A dor geralmente é acompanhada de outras desordens como insônia, ou sono excessivo, ansiedade e depressão, alterações no ritmo intestinal,  diarréia ou prisão de ventre, urgência para urinar, dor no peito não relacionada a causa cardíaca, formigamentos nas extremidades do corpo, dores de cabeça frequentes, dentre outros sintomas.

A causa da fibromialgia é ainda muito pesquisada e desconhecida, mas as hipóteses mais aceitas levam em conta um desequilibrio entre os neurotransmissores como dopamina, serotonina e noradrenalina, levando a um quadro de dor. Existe também a possibilidade de uma desregulação nos mecanismos que modulam a dor, levando o paciente a sentir mais dor do que o normal.

A hipótese da somatização de estados emocionais desajustados é válida, e hoje questiona-se, se a dor crônica acaba gerando um estado depressivo, ou se é o estado de humor rebaixado que acaba levando o paciente a um estado de dor crônica. Isso pode se tornar um ciclo vicioso.

Para o diagnóstico de fibromialgia é necessário a exclusão de outras doenças que podem causar um quadro similar. Por exemplo, exames de sangue ou imagem podem ser solicitados para se descartar outras hipoteses diagnósticas. Se todos os exames forem normais, ou existam pequenas alterações que não justifiquem o padrão da dor e do quadro clínico, o paciente pode ser considerado como fibromiálgico. Os sintomas devem estar presentes por mais de três meses contínuos. O exame físico não deve demostrar inchaço nas articulações, embora muitos pacientes relatem inchaço em determinadas áreas do corpo que não são confirmadas pela visão do profissional. Os famosos "Tender Points" caíram em desuso nos últimos anos, pois não mostraram eficácia para diagnóstico. Tender Points são pontos dolorosos a digito-pressão, e se o paciente tivesse 11 de 18 pontos dolorosos, poderia ser portador de fibromialgia.

O tratamento consiste em mudanças dos hábitos de vida. A conscientização da importância da atividade física é um dos pilares do tratamento da fibromialgia. Sem atividade física dificilmente o paciente vai sair do processo de dor crônica. Atividade física aeróbica, como caminhada, hidroginástica, natação e bike são muito bem vindos. Outras modalidades como musculação, Pilates e Yoga também tem seu espaço. Ás vezes a medicação torna-se necessária para tirar o paciente do ciclo de dor crônica e ajuda a estimulá-lo ao exercício. As drogas mais usadas são os anti-depressivos, relaxantes musculares e anti convulsivantes. Tudo orientado e supervisionado pelo seu médico! /iTerapia cognitivo-comportamental e outros tipos de psicoterapia são muito recomendados. A prática regular de meditação e acupuntura também são bem vindos.


Autor

Dra Bianca Tucci

Dra Bianca Tucci

Reumatologista

Especialização em Residencia Clínica Médica no(a) IAMSPE.